Artigo de opinião, por Ramiro “Teodosius” Teodósio, CEO da For The Win Esports Club
O papel da indústria dos videojogos durante o COVID-19, doença provocada pelo vírus SARS-COV-2.
Muitos foram os estigmas alimentados por sociedades, órgãos de comunicação social, especialistas, médicos, psicólogos, psiquiatras e até treinadores de bancada sobre o efeito dos videojogos. Uns a favor, outros contra até culminar numa classificação de “gaming disorder” pela WHO – World Health Organization.
O que é certo é que no dia 28 de Março de 2020. Ray Chambers, embaixador dos Estados Unidos da América da WHO, publica no seu tweet uma iniciativa da indústria dos videojogos em conjunto com a WHO para promover a campanha “Play a Part Together” com a hashtag #playaparttogether, de forma a que as linhas de orientação da WHO referentes à pandemia que assola o mundo, cheguem a tudo e a todos. No corpo do artigo do Business Wire com o título “Games Industry Unites to Promote World Health Organization Messages Against COVID-19; Launch #PlayApartTogether Campaign” encontramos ainda um dos motes desta campanha “Wherever you are, whatever game you play, you can make a difference.”
Todas estas linhas de orientação e outras têm vindo também a ser promovidas pela FTW Esports nos artigos Press Release – COVID 19, Promover a saúde mental em tempos de pandemia – as recomendações da OMS e Governo anuncia medidas durante o Estado de Emergência.
A esta iniciativa juntaram-se as seguintes empresas da indústria dos videojogos:
- Activision Blizzard
- Kabam
- Snap Games
- Amazon Appstore
- Maysalward
- Twitch
- Big Fish Games
- Playtika
- Unity
- Dirtybit
- Pocket Gems
- Wooga
- Glu Mobile
- Riot Games
- YouTube Gaming
- Jam City
- SciPlay
- Zynga
A internet, atendendo às diversas discussões sobre este tema, já ironizou a situação contrapondo publicações de 2019 versus 2020.
O portal Digital Trends vai ainda mais longe enunciando essa mesma ironia por parte da WHO referenciando:
“It is somewhat ironic that the WHO is now promoting gaming as a pastime, as it is one of the organizations which has pushed for the recognition of “gaming disorder” as a mental health issue. While there are undoubtedly people who play video games to a degree that negatively impacts their lives, many psychologists are doubtful as to whether a model of addition based on substance misuse is appropriate to describe this behavior. The lack of research into gaming disorder and its lack of an agreed-upon definition has made it a controversial topic in the world of psychology.”
Reforça ainda a forma como a WHO passou a ver os videojogos e a ausência de provas cientificas fortes para substanciar as preocupações tidas até então:
“In a report published in the WHO’s health journal last year, doctors worried about whether aspects of gaming from the existence of loot boxes to the collecting of virtual armor or weapons, to the existence of multiplayer, e-sports, and streaming, could contribute to gaming addiction despite the lack of strong scientific evidence to back these concerns up. It seems that WHO has changed its tune now, though, as a virus pandemic proves a more pressing concern to public health.”
Ora, no meu entender, e visto ser um artigo de opinião, como se costuma dizer “nem tanto ao mar, nem tanto à terra”. É de conhecimento transversal que a adição aos videojogos pode existir, mas e comparando ao consumo de bebidas alcoólicas, não quer dizer que por consumirmos álcool que sejamos alcoólicos. E aplicando ao desporto, não é por um atleta de qualquer desporto tradicional treinar X horas que vai fazer dele um atleta com adição ao desporto que pratica. Da mesma forma que existem práticas saudáveis nos exercícios dos desportos tradicionais, ou no consumo responsável, etc. O mesmo se aplica aos videojogos, nos quais, a FTW tem vindo ao longo dos anos tem vindo a promover a vivência saudável dos videojogos, pois que, quanto mais equilibrados formos no nosso dia a dia, seja ela qual for a nossa atividade (profissional ou atividades de lazer) mais equilibrados seremos enquanto seres humanos.
Os videojogos nos dias de hoje congregam diversas categorias profissionais e permitem a profissionalização de jovens e adultos, seja o puro atleta de Esports, seja o developer, seja o designer, gestor ou técnico de redes sociais, marketeer, treinadores, streamers, psicólogos, recursos humanos, juristas, videógrafos, etc. etc. etc. O que é certo é que o mundo durante esta crise tem parado em vários sectores e os videojogos, e aqui em particular, os Esports são o único desporto que continua no ativo e com grandes, médias e pequenas competições a decorrer sem interrupção, com exceção claro, dos eventos presenciais.
Assim sendo, o que podemos retirar desta iniciativa da WHO é o melhor dos dois mundos, o reconhecimento e importância dos videojogos no quotidiano do ser humano, seja como atividade, seja como, ferramenta de comunicação e amplificação da mesma (que muito antes da pandemia já o era), bem como, a importância do equilíbrio do ser humano no seu quotidiano de forma a evitar a adição aos videojogos, mas sim, estes, serem um elemento positivo na sua vida, seja, no mero lazer individual, coletivo ou familiar, seja no âmbito profissional.
Nunca é demais recordar, e deixo aqui parte do artigo anteriormente publicado sobre a promoção da saúde mental em tempos de pandemia:
“A Direcção da FTW e o staff recomendam:
O país encontra-se numa fase em que a prevenção tem de prevalecer de forma a que se controle a proliferação do vírus SARS-COV-2. Alguns dos nossos hábitos nesta fase terão de ser mudados, porém tantos outros não podem ser descurados. A FTW continua na senda da promoção da vivência saudável dos videojogos e não podemos nesta fase olvidar a sua importância.
- Evitar longos períodos em frente a ecrãs (sejam eles de computador, televisão, smartphone);
- Descansar a vista olhando para um ponto a mais de 4 metros de distância;
- Frequente hidratação;
- Equilíbrio na ingestão de alimentos, visto que, a energia que vão consumir (com menor atividade física) será inferior;
- Praticar exercício físico em casa (existem diversos vídeos no Youtube com conjuntos de exercícios que podem fazer em casa);
- A generalidade não se encontra de férias, mas sim, em prevenção ou cuidados adicionais para não contrair o vírus, devendo assim, continuar a cumprir as suas obrigações pessoais, profissionais, escolares e familiares;
- Atenção a sites de propaganda falsa, tentativas de phising e outros cibercrimes;
- Promova o convívio social online e evite o isolamento.”
É de realçar ainda a união e esforços que estão a ser feitos a nível mundial, que estão a unir entidades, países, profissões de todos os setores para combater este "inimigo invisível" que a todos está a afetar de uma forma ou de outra. A diferença pode ser feita na conduta e hábitos de todos nós, devemos assim, todos, tomarmos as devidas precauções, respeitarmos a quarentena, de forma a que, o mais breve quanto possível possamos retomar a nossa vida de forma normal e, espero que, num mundo ainda melhor!
#playaparttogether #ftwesports #ficaemcasa
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Autores: FTWTeodosius
Categorias: Institucional