Recap King of the Hill 2015

TCG

Jan 13, 2015

A For The Win eSports teve dois dos seus jogadores de Hearthstone, Miguel “SmoklinTeles e Ricardo “Stryka” Pinto, convidados a participar no King of the Hill 2015, organizado pela comunidade Hearthstone Portugal.


Num torneio que pretendia coroar o melhor jogador nacional, participaram também as figuras de renome, tanto a nível nacional como internacional, Pedro “FlaxhSilva e Nuno “Ignite” Pinho.

 

Quando a comunidade foi informada de como seriam escolhidos os participantes para este torneio, houve diferentes tipos de manifestações de desagrado: uns achavam-se mais merecedores que alguns participantes e outros simplesmente achavam que o jogador X não merecia estar num torneio deste estilo. Foram também deixadas críticas à organização do torneio, na medida em que este torneio nunca poderia ser um King of the Hill para apurar o melhor jogador português de Hearthstone dado que os participantes foram escolhidos a dedo e não apurados através de um torneio aberto a toda a comunidade, com rondas eliminatórias.

 

De acordo com a administração do Hearthstone Portugal, o King deste torneio e, para o mesmo efeito, todos os que o sucederem terão que defender o título semanalmente contra um jogador apurado num torneio específico a realizar-se com a mesma periodicidade na Goblin Series, a nova série de torneios da comunidade, dando assim uma boa justificação ao título de “King of the Hill”.

Cada jogo do torneio foi disputado num best of 7, onde cada jogador teve de se inscrever com 9 decks, um por classe, e direito a 4 bans, alternados com picks. Este formato, tem ainda a particularidade de que o jogador vencedor tem sempre a oportunidade de trocar de deck.

A estrutura do torneio forçou os jogadores a terem que se tornar algo criativos para criar decks viáveis com as cartas de que dispunham, para as classes que seriam menos prováveis serem banidas. Com 4 bans por jogador, todos esperavam que classes como Warrior, Mage, Hunter e Warlock fossem as mais banidas. Ainda assim, isto não se verificou na íntegra. De qualquer modo, este formato permitia que classes como Shaman e Priest, das menos jogadas no meta-game mal definido que ainda perdura, tivessem a sua oportunidade de brilhar.

A título de curiosidade, fica aqui a distribuição dos decks utilizados pelos jogadores e dos bans que foram dados durante este King of the Hill:

 

 

 

 

 

Analisando o percurso dos nossos jogadores:

Ricardo “Stryka” Pinto foi o primeiro dos nossos jogadores a jogar neste torneio e foi randomizado contra o Pedro “Flaxh Silva, um jogador que esteve apurado para o qualificador de acesso à Blizzcon do ano passado.

Neste primeiro jogo, como seria de esperar, Strika viu o seu infame Warrior a ser banido e, de seguida, baniu Paladin para o lado do Flaxh. Estes seriam os bans mais previsíveis dado que são os decks com que ambos os jogadores tiveram os melhores resultados, ultimamente. Os restantes bans, foram decididos com base no meta que se vive actualmente. Ricardo escolheu Shaman, Hunter, Warlock, Druid e Priest como os cinco decks que poderia utilizar neste best of 7.

Stryka, para surpresa de todos, abriu com uma versão de um deck Mill Druid que andou relativamente underground durante as ultimas semanas e debateu-se contra um Control Druid que já tinha sido vista anteriormente no Winter Series, mas jogado por outro jogador. Pinto acabaria por perder este jogo, visto que teve uma má sucessão de cartas no início do jogo e cometeu duas jogadas menos boas que se revelaram fatais no término.

Para o segundo jogo, o jogador da FTW seguiu com o seu deck de Shaman focado em Spell Damage puro e duro, potenciado pela presença de Malygos em campo. O seu oponente manteve o deck. Em teoria, este matchup era muito complicado para o Stryka, dadas as diferenças de presença na board entre ambos os decks e foi isso que se viu no final do desafio.

No terceiro encontro, o Ricardo levou um Hunter contra o mesmo Druid, ainda assim, não conseguiu resistir ao board control inerente ao deck do seu adversário, pela grande quantidade de taunts que apresenta.

Para aquele poderia ser o último embate do jogo, Stryka saca do Warlock combo com que andou a jogar nos dias que antecederam o torneio mas que conseguiu a manter no segredo dos deuses. Num jogo em que o RNG influenciável esteve do lado do nosso jogador e, ainda, combinado com bons draws, Pinto consegue vencer o jogo e define o score para 3-1.

Como seria de esperar: “em equipa vencedora não se mexe” e Stryka continua com o mesmo deck. Já o seu oponente escolheu aquele que parecia um counterpick mais próximo: Warrior Control. Flaxh teve o controlo do campo durante a maior parte do jogo e conseguiu acabar com o Stryka com um Garrosh Hellscream em enrage.

Isto determinou o final da curta passagem pelo torneio por parte do jogador da FTW com uma prestação muito a um estilo de entertainer. No entanto, no que toca a resultados, esta não era, certamente, a prestação que desejava ter tido.

 

 

 

 

 

“Começo por dizer que, quando fui convidado para o King of the Hill foi uma surpresa muito agradável uma vez que estava a ser colocado ao nível dos melhores jogares da comunidade portuguesa. Senti pressão, naturalmente, por querer representar da melhor forma a For The Win eSports. Chegar a este patamar já foi uma grande vitória na minha carreira e que define, assim, uma fasquia cujo nível só quero aumentar daqui para a frente. A minha estratégia face ao torneio foi a de tentar surpreender com decks originais e novos. No entanto o meu receio tornou-se real: a preparação que tinha com os decks que usei não foi suficiente e estes não estavam testados o suficiente para saber as fraquezas que tinham. Consegui no entanto surpreender pela positiva, curiosamente, após ver o VoD da stream onde, no meu jogo, apenas o Meirinhas esteve bastante perto das jogadas e das estratégias que tinha definidas, o que demonstra o porque dele ter sido um dos oito eleitos para este torneio. Devo realçar, para terminar, que conseguir atingir o patamar de um jogador que admiro muito, o Miguel “Smoklin” Teles, foi o auge de toda esta etapa. FTW sempre!” – Diz Ricardo “Stryka” Pinto, jogador de Hearthstone da For The Win eSports Club.

 

 

 

Segue-se a prestação do nosso Miguel “SmoklinTeles que já provou o seu valor no torneio Meet uP. Smoklin debateu-se contra Patrick “Skylink Abrunhosa, um jogador dos k1ck que já tem vindo a dar cartas tanto a nível nacional como a nível internacional. As reacções da comunidade perante este jogo pendiam, tendenciosamente, para o lado do jogador dos k1ck por razões que nos são incompreensíveis. Foram, até, manifestados comentários como este sendo um jogo completamente one-sided para o Skylink.

Na preparação para o jogo, Smoklin viu Druid, Mage, Warrior e Paladin serem banidos e, assim, ele optou por levar os seus decks de Priest, Warlock, Hunter, Shaman e Mage. O seu adversário iria jogar com os mesmos decks, à excepção de Mage, dado que Skylink levou um Rogue.

Para o primeiro encontro, Smoklin abriu com o seu Hunter e ao nono turno conseguiu dano letal no seu oponente, conquistando a primeira vitória deste jogo. Na segunda partida, Skylink conseguiu um duplo Rockbitter Weapon no seu Shaman, com um Doomhammer equipado, derrotando o Handlock do Smoklin ao 6º turno e fixando o resultado para 1-1. Para o terceiro embate, Smoklin optou por jogar, de novo, com o seu Hunter contra o Hunter do Skylink. O jogador da FTW não conseguiu o controlo da board desde cedo, permitindo que o seu adversário o fizesse e antes de chegarmos ao fim da primeira hora de jogo, já tínhamos o placar a marcar 2-1 a favor do jogador dos k1ck. No quarto encontro, o seu oponente acabou por manter o Hunter e Miguel Teles optou por levar o seu deck de Priest. O jogador da FTW teve um início algo agressivo e isso desacelerou bastante o aspecto fugaz característico de um Hunter. No término do desafio, Teles conseguiu controlar um Savannah Highmane ao seu adversário, após a morte de uma Sylvannas Windrunner e vence o encontro. Para o quinto desafio, Smoklin fez uma nova alteração de baralho e leva o seu Rogue contra um Warlock. Ao nono turno, Miguel Teles concedeu o jogo para o seu adversário após tentar lethal com spell damage, ficando apenas a 1 de dano da vitória.

Naquele que poderia ser o ultimo embate entre os dois, houve um mirror match de Priest. Previa-se que este encontro fosse particularmente longo mas ao décimo primeiro turno, Skylink concede perante um domínio absoluto do campo a favor do jogador da FTW.

Caminhando a passos largos, estávamos na última partida da noite ainda antes de chegar à hora e meia de jogo. Smoklin manteve-se com o Priest e o seu oponente saiu, novamente, com o Handlock. Naquele que foi o encontro mais longo de todo o jogo, Smoklin acabou por não conseguir vencer após estar, durante mais de cinco turnos seus, a tentar recuperar o controlo do campo.

A velocidade a que o jogador da FTW jogou, sem cometer erros, demonstra, mais uma vez, a sua qualidade e a qualidade que caracteriza esta divisão da organização. O resultado final ficou afixado em 4-3 a favor do Patrick Abrunhosa mas o Miguel Teles conseguiu mostrar a todos aqueles que o criticaram e que disseram que este jogo seria como um passeio na praia para o jogador dos k1ck que, afinal, a praia do Skylink estava cheia de pedras afiadas. Smoklin quando confrontado com estas críticas não se mostrou minimamente incomodado, assegurando-nos mais uma vez de que sabe aquilo que vale e o bem que jogou.

Infelizmente, o seu desempenho, tal como o do colega Ricardo “Stryka” Pinto, não foram os mais felizes.

 

 

 

 

“Mais uma vez se coloca uma situação onde claramente existem boas ideias, mas que podem claramente ser melhoradas na prática. O torneio inicial relativo ao King of the Hill do Hearthstone Portugal foi uma óptima iniciativa mas um pouco mal executada, na minha óptica.

Penso que a escolha dos jogadores foi correta, na generalidade, trazendo muito do que há de bom na cena nacional: desde jogadores de ladder a colossos das lans e passando, ainda, por jogadores que impressionaram nos torneios online. A organização ficou muito há quem do esperado. A ideia era que os jogos fossem focados nos pontos fortes de cada jogador, ao invés da exploração dos pontos dos fracos do outro, não permitindo aos jogadores saberem com quem jogariam ate ao jogo em si. Contudo, a tentativa de secretismo acabou por prejudicar o torneio gravemente. As datas foram definidas previamente, mas os jogadores só souberam o dia em que jogariam muito em cima, sendo que dois deles só souberam no próprio dia do jogo, o que dificultou muito a preparação de horários e o treino para os jogos. Além disso, a submissão dos decks foi um fiasco: fomos informados, no primeiro dia do torneio, que teríamos de submeter 9 decks ate as 8 horas da noite, o que levou a que praticamente ninguém conseguisse cumprir o prazo e, a que quem o conseguiu efectuar, enviasse decks pouco preparados. Posteriormente, graças ao atraso no envio dos decks de um jogador, foi permitida a alteração dos decks, mas como a notícia foi dada muito tardiamente, muitos dos jogadores so a receberam depois da data limite para a alteração.

Passando agora aos pontos bons: o início de um shoutcasting regular foi muito positivo. Parabéns ao Marco “TheSurface” Janeiro por torna-lo possível. Creio que é uma excelente actividade, que permitirá o desenvolvimento dos jogadores iniciantes, algo que considero crucial, dado que o Hearthstone ainda se está a afirmar enquanto eSport.

Algo que também me agradou bastante foi o formato. Este baseou-se no formato da ViaGame House Cup, que na sua altura foi extremamente aplaudido, e que permite uma pick/ban phase mais interessante e o aparecimento de um maior numero de classes. Claro que o facto de ter de se jogar com as 9 classes prejudicou alguns jogadores, facto que ate se notou nos jogos, mas creio que no fundo permitiu uma melhor adaptabilidade e um melhor espectáculo.

Por último, devo dizer que fiquei satisfeito com o meu desempenho pessoal. Tinha um plano de jogo, que mantive durante toda a sua duração, e que se baseava na utilização dos counter-picks conhecidos na meta actual. Alguns jogos acabaram por correr pior do que normalmente deveriam e acabei por perder a serie por 3-4. No entanto, acredito que não cometi nenhum erro de que me arrependa e por isso não posso ficar aborrecido com a minha performance.” – Diz Miguel “Smoklin” Teles, jogador de Hearthstone da FTW eSports Club

 

 

Terminou, assim, a prestação da For The Win neste King of the Hill, organizado pela comunidade Hearthstone Portugal. Não foi a prestação desejada mas, tanto num jogo como noutro, deram um bom espectáculo e mostraram o porquê de estarem entre os oito jogadores portugueses seleccionados para este evento.

No que toca a resultados para esta primeira ronda, Hommega, dos Iberian Wolves, venceu Death, dos Grow uP Gaming, por 4-2, e Ignite venceu Meirinhas, também este dos Grow uP Gaming. Nas semifinais, Flaxh, que havia derrotado o nosso Stryka, venceu ao jogador dos Iberian Wolves e Skylink, que venceu o Miguel “Smoklin” Teles da FTW, venceu o famoso Ignite, num jogo em que esteve a perder por 0-3 e consegue uma reviravolta impressionante, para 4-3, a jogar de Hunter.

O jogo da final ficava, assim, definido para ser jogado entre Patrick “Skylink” Abrunhosa e Pedro “Flaxh” Silva. Contudo, isso não aconteceu. Skylink venceu por defeito, dado que o seu oponente não pôde comparecer, evocando a existência de problema pessoais que, fossem eles quais fossem, eram sempre mais importantes que este torneio. Este anúncio provocou várias emoções na comunidade que se manifestou, umas de revolta, outras de compreensão. Chegaram, até, a surgir criticas injustificadas à organização do torneio questionando a sua utilidade dado que fizeram a comunidade perder um bom espectáculo quando podiam simplesmente ter adiado o jogo. Juntando várias opiniões contrárias a esta pode concluir-se que se queremos que o gaming em Portugal evolua, temos que aplicar-lhes regras duras, como as que são aplicadas nos outros desportos competitivos: Se um dos jogadores/equipa não comparece, perde por falta de comparência.

 

Referente a este torneio e à prestação dos nossos dois jogadores, Bruno “Adapta” Ardions e Ramiro “Teodosius Teodósio deixaram-nos estas palavras:

“Mais uma boa iniciativa por parte do Hearthstone Portugal com um formato diferente e muito interessante em que espero que se continue a apostar. Nesta iniciativa a FTW teve dois jogadores convidados a participar: o Ricardo "Stryka" Pinto que, apesar de ter perdido 4 -1, é de louvar por tentar inovar através dos decks com que participou. O segundo jogador que representou a FTW foi o Miguel "Smoklin" Teles que teve, a meu ver, o melhor confronto de toda o torneio contra o Skylink, que acabou por ganhar o King of the Hill. Apesar de ter perdido por 3-4, o Miguel mostrou o grande jogador que é e, a meu ver, num futuro próximo vai estar entre os melhores em grandes palcos!” – Diz Bruno ”Adapta” Ardions, Squad Manager de Hearthstone da FTW eSports Club.

 

"É cada vez maior o motivo de orgulho nesta Squad. Estes jogadores e os demais que esta integram demonstram de longe não pertencer a uma ralé qualquer, quer em termos profissionais de jogo, quer na sua própria postura, aos quais dou desde já os meus parabéns por marcarem e se demarcarem pela diferença. É curioso ainda nos dias de hoje encontrarmos certas manifestações de clubismos ou rivalidades, um tanto ou quanto ridículo, atendendo à era que vivemos, porém deve ser alguma remanescência de eras dinossauricas do passado dos eSports, que felizmente cada vez mais entram em extinção. Assim, apelo à continuidade da postura correcta, de fairplay e digna dos jogadores que representam a FTW eSports, e que os demais sigam o mesmo exemplo e larguem-se de um passado que há muito não existe, se é que alguma vez existiu", diz Ramiro "Teodosius" Teodósio, FTW eSports CEO. 

 

 

 

 

 

 

 

Newswriter: João “Hexxme” Santos

 

 

 

 

 

 

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